domingo, 23 de março de 2008

“O Sorriso de Monalisa”.

RELATÓRIO/SÍNTESE DO FILME “O SORRISO DE MONALISA”.
(Direção de Mike Newell)
1. PRELÚDIO.

Inicialmente, gostaria de registrar que a atividade desenvolvida, por si só, já representa, a meu ver, um grande avanço no processo de aprendizagem, pois aguça a curiosidade do aluno e o estimula a ser mais perceptivo quanto ao tema e conteúdo do que vai ser ministrado.
Por isso mesmo, acredito que a compreensão das duas tendências pedagógicas estudadas ficou muito mais nítida com a apresentação do filme “O Sorriso de Monalisa”.


2. QUANTO AO ALUNO.

No contexto do filme, como regra, os alunos refletem o perfil da sociedade local, região conhecida como New England (Norte dos EUA), formada geralmente por famílias tradicionais e elitizadas, com valores dogmáticos que pouco poderiam ser questionados.
Assim, o papel da mulher, naquela conjuntura regional e histórica, limitava-se basicamente a ser uma dona de casa e/ou boa esposa. Como conseqüência, muito embora as alunas tivessem um potencial a ser lapidado, quase a totalidade delas ansiava mais um marido do que uma profissão.
Exatamente por isso, ressalte-se, é que num primeiro momento houve um embate entre as alunas e a professora Watson, tendo aquelas uma certa resistência em aceitar a docente.


3. QUANTO AO PROFESSOR.

A personagem da Professora Katharine Watson, vivenciada no filme pela atriz Julia Roberts, deixa evidente uma necessidade de mudança, um nítido interesse de quebrar alguns paradigmas da época e daquela Instituição de Ensino.
Vinda de Los Angeles, Califórnia (EUA), a Professora Watson teve uma formação distinta da ensinada no Wellesley College, muito provavelmente porque veio de uma região menos conservadora e aberta às inovações. Portanto, fácil perceber na professora uma tendência progressista de ensino.

4. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO.

Quanto às concepções pedagógicas, acredito que o filme soube traçar muito bem um paralelo entre a tendência tradicionalista e a progressista. A primeira, caracterizada pela própria Instituição (Wellesley College), tida como conservadora na forma de ensino. A concepção progressista, por sua vez, personificada pela Professora Watson, que tentou inovar no processo de aprendizagem, inclusive levando obras de arte para serem analisadas pelas alunas, além de ministrar algumas das aulas fora do próprio Colégio.

5. MOMENTOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM
MAIS SIGNIFICATIVOS.

O início do filme é marcante por si só, pois demonstra o desafio enfrentado pela Professora Watson e sua criatividade para superá-lo.
A forma com que “seduziu” Joan Brandwyn (vivenciada no filme pela atriz Julia Stiles) a buscar o conhecimento, dando-lhe oportunidade, inclusive, de fazer nova avaliação.
Quando a Professora Watson tirou as alunas da sala de aula e lhes mostrou o que era arte de verdade, despertando a curiosidade das discentes quanto ao conteúdo da disciplina.
Quando a Professora Watson percebeu que estava cometendo o mesmo erro que tanto combatia, pois chegou à conclusão de que Joan tinha o direito de fazer escolhas, inclusive a de não cursar uma Universidade e se tornar simplesmente uma dona de casa.
Quando a Professora Watson teve o reconhecimento de quem mais a criticava, oportunidade em que a aluna Betty Warren (vivenciada no filme pela atriz Kirsten Dunst) escreveu um artigo no jornal do colégio homenageando a docente.
Como conseqüência de todas aquelas inovações, que foram produtivas para as alunas, o curso de História das Artes passou a ter uma procura que jamais houvera naquela Instituição.

6. FAMÍLIA DO ALUNO E DIREÇÃO DA ESCOLA.

Não se pode olvidar a realidade cultural da sociedade em que viviam aquelas pessoas, muito menos o aspecto temporal, haja vista que a trama se passa entre os anos de 1953 e 1954 e, por outro lado, o Wellesley College situa-se na região conhecida por New England, que engloba alguns Estados situados no norte dos Estados Unidos da América, conhecidamente conservadores.
Como conseqüência do que foi exposto acima, a direção da escola tinha uma estrutura totalmente pautada no tradicionalismo, que, em verdade, podia ser traduzido num conservadorismo extremado. A família das alunas, como não poderia deixar de ser, segue o mesmo formato.

7. A CONTRIBUIÇÃO DO FILME PARA A PRÁTICA
DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR.

A meu ver, o filme contribuiu no sentido de demonstrar que não há dogmas no processo de aprendizagem, nem se pode ser absolutamente tradicionalista e nem se pode ser totalmente progressista. A trama revela, também, que as mudanças no processo de ensino são necessariamente lentas, sendo ingenuidade achar que estas transformações podem ser realizadas “a toque de caixa”.
A personagem Professora Watson, por outro lado, trouxe também várias contribuições. Para mim, a maioria delas de como não proceder, uma vez que errou quando se envolveu demais com as alunas e permitiu a interferência destas em sua intimidade, pecou quando teve a pretensão de achar que era a “dona da verdade”, não percebendo que estava impondo a sua própria convicção a uma aluna, desrespeitando a historicidade das discentes.
Não posso esquecer, todavia, que também houve acertos pela personagem Professora Watson, dentre os quais destacamos a forma com que a docente foi criativa a ponto de despertar a curiosidade das alunas na busca do conhecimento, o que é motivador e digno de aplausos.

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